sexta-feira, 26 de setembro de 2025

VISÃO DA DESTRUIÇÃO NA FILOSOFIA ESPÍRITA


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

            Se a regeneração dos seres faz necessária a destruição, por que os cerca a natureza de meios de preservação e conservação?

            - A fim de que a destruição não se dê antes do tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.” Q. 729 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec).

            Os Mentores Espirituais esclareceram a Allan Kardec que a destruição pode ser entendida, também, como lei da Natureza: ... Porque o que se chama de destruição não passa de uma transformação que tem por fim renovação e melhoria dos seres vivos” ( Questão nº 728 de O livro dos espíritos).

            O Espíritos demonstraram que o mecanismo do equilíbrio entre a destruição e a conservação é possível.

             Por necessidade de alimentação os seres vivos destroem-se reciprocamente e, desta maneira, alcançam dois objetivos: equilíbrio e manutenção na reprodução e utilização da matéria que sofreria a destruição. O importante é que a destruição não se dê antes do tempo, pois toda destruição antes do tempo cria dificuldades ao progresso do princípio inteligente.

            Constatamos, então, verdadeiro jogo de forças da natureza  para, de forma sábia, manter o necessário equilíbrio entre a conservação e a destruição dos seres.

            Contudo, muitas vezes, o equilíbrio é rompido quando os seres humanos, em ação egoísta sobre a natureza, destrói plantas, animais e, mesmo humanos, de maneira inútil, cruel e desnecessária.

            Advertiram os Espíritos Superiores :”  ... Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da Lei de Deus.” ( Questão n. 735 de O livro dos Espíritos.)

            Entre as formas de destruição encontram-se os flagelos sociais. Será possível eliminar tais flagelos para evitar tantos sofrimentos às pessoas  e prejuízos para a própria natureza?

            O Espiritismo assevera ser possível , todavia, esclarece que muitos desses desastres físicos e sociais resultam da imprevidência humana.

            Há, pois, necessidade de o ser humano organizar a sociedade de forma previdente, somando conhecimentos e experiências, encontrando a solução dos males ao remover ou diminuir suas causas. Isso poderá ser feito com as contribuições da Ciência e das técnicas.

            Quanto aos eventos danosos que escapam à possibilidade de controle deverá usar sua inteligência para compreendê-los ,cada vez mais, para encontrar as soluções.

            Dentre os flagelos produzidos exclusivamente pelos humanos, destaca-se o monstro terrível da guerra. Não obstante, a Doutrina Espírita diz que a guerra desaparecerá da face da Terra (...) quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.” (Q. 743 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec.)

            A destruição e a violência não se manifestam somente de forma física e ostensiva. Mais terríveis e perigosas elas são quando se manifestam de forma sutil e disfarçada, provocando o arrasamento e a degradação do meio ambiente.

            Atualmente temos a grande contribuição da Ecologia que une diversos ramos da Ciência para encontrar as possíveis soluções.

É de se observar que face ao avanço dessa destruição e degradação do meio ambiente as Nações mais avançadas, no mundo, já revelam a extrema preocupação nos Encontros e Seminários internacionais.

Referência bibliográfica:

          1.  O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Ed. FEB                

          2.  Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

 

 

           


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA SOB A ÓTICA ESPÍRITA

 


                                    Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

“É lei da Natureza o instinto de conservação?

- Sem dúvida. Todos os seres vivos a possuem, qualquer que seja o grau de inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinada em outros. “O Livro dos Espíritos, Questão nº 702.

O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens?

- Esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumpri-lo”. O Livro dos Espíritos Questão 711)

            A Terra produz de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é, conforme encontramos na questão 704 da obra acima citada.

            O ser humano ainda não aprendeu a retirar do solo apenas o que lhe é necessário. Sua ganância, traduzida pelo desejo de lucro fácil, leva-o a dilapidar o patrimônio do qual o Senhor da Vida permitiu-lhe o usufruto. Destrói sem preocupações florestas imensas, polui as fontes, rios e mares. Isso em nome do progresso que, em verdade, mascara os próprios interesses acima do bem-estar da própria humanidade.

            Muitas vezes ele torna a terra árida e estéril em virtude de sua imperícia e da exigência do máximo de produção para satisfazer seu apetite econômico.

             Com relação aos meios de subsistência, observou Allan Kardec que a muitas pessoas falta o indispensável, embora estejam cercadas pela abundância. Qual seria a causa? O Espiritismo indica claramente tratar-se do egoísmo do ser humano que não faz o que lhe cumpre no campo da justiça econômica e social.

            A outros, não muitos, faltam os meios de subsistência por sua própria incúria e previdência.

            Embora a abundância no celeiro planetário, falta o necessário à massa humana dos marginalizados, na sociedade. Nela encontramos a carência, a doença, a falta de habitação, a escassez de vestuário, a ausência de instrução, a falta de trabalho e mesmo o trabalho sub humano. Essa multidão contrasta com a minoria que detém o poder econômico, que vivem nababescamente. Essa a situação é terrível em parte do planeta, chamado Terceiro Mundo. Também o Brasil apresenta esse aspecto da injustiça social e econômica na periferia dos grandes centros urbanos e nas regiões menos desenvolvidas do país.

            Esclarece o Espiritismo que para todos há um lugar ao sol, mas com a condição de que cada um ocupe o seu lugar e não o dos outros (Veja a questão 717, comentário)

            A Natureza não pode ser responsável pelos defeitos da organização social, nem efeitos da ambição e do egoísmo. O uso dos bens da terra é um direito de todos. ( O Livro dos Espíritos, questão nº 711).

            Para o Espiritismo, a civilização desenvolve a moral e consequentemente o sentimento da caridade que induz as pessoas a se prestarem apoio recíproco. Aqueles que vivem à custa das privações dos outros exploram   para si os recursos da civilização, de civilizados tem apenas a aparência, da mesma forma que mutas pessoas de religião só tem o exterior.

            Destarte, a lei de conservação induz o ser humano à fraternidade, ao amparo mutuo, bem como à preservação da Natureza que é o alicerce da vida neste planeta maravilhoso.

Referência bibliográfica:

1.      O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Ed. FEB, 3ª Parte – Das leis morais, cap. IV – Da lei de conservação.

2.      Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva – Ed. FEB – Cap. 5

 

           

quarta-feira, 23 de julho de 2025

PROBLEMAS DA ATUALIDADE E O ESPIRITISMO

 

                                                AYLTON PAIVA

                                               paiva.aylton@terra.com.br

            Nos tempos atuais muito são os problemas que a sociedade enfrenta: violência física e moral, sexo irresponsável, droga, egoísmo, injustiça social e muitos outros.

            Teria o Espiritismo visão e compreensão sobre esses fatos e ocorrência? Sim, a Filosofia Espiritualista Espírita, consubstanciada em O livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec, na sua Parte 3 – Das leis morais oferece a visão e compreensão sobre esses terríveis fenômenos e porque Deus e Jesus o permitem.

            Nessas reflexões são apresentados os vários problemas e a visão que a Doutrina Espírita oferece sobre eles.

Violência, guerras, terrorismo, assassinatos (Parte 3, Cap. VI -Lei da destruição)

Apologia ao sexo e à beleza física a qualquer preço (Parte 3, Cap. IV - Lei da reprodução)

Aborto, pena de morte, assassinatos, suicídios, feminicídio, (Parte 3, Cap. VI Lei da destruição)

 Como equilibrar o necessário e o supérfluo e reduzir o desperdício de tempo e de recursos naturais (Parte 3, Cap. V - Lei da conservação)

A banalização do uso de drogas - (Parte 3, Cap. XII - Da perfeição moral: as virtudes e os vícios)

 Laços de família - educação de filhos - dificuldade com relação a esses temas (Parte 3, Cap. IV - Lei da reprodução)

Vida em sociedade X individualismo (Parte 3, Cap. VII - Lei de sociedade)

Síndromes como autismo, down, TDH e tantas outras variáveis (Parte 2, Cap. VI - Da vida espiritual )

Justiça social (Parte 3, Cap. XI Lei de justiça, de amor e de caridade)

 Envelhecimento da população mundial e controle da natalidade (Parte 3, Cap. IV -   Lei de reprodução)

Pandemias, endemias, miséria.  – (Parte 3, Cap. VI - Lei de destruição – Flagelos)

Aumento do número de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social ( Parte 3,  Cap. VII - Lei de  sociedade)

 Materialismo – ( Parte 2, Cap. II – Materialismo)

 Individualismo – (Parte 2, Cap. VII, Lei de Sociedade)

 Agressividade – ( Parte 2, Cap. XI – Lei de Justiça, amor e de caridade)

 Indiferença – ( Parte 3, Cap. XII, item O Egoísmo)

- Destaque do Mal - ( Parte 3, Cap. I – O Bem e o Mal)

 Exaltação dos animais como seres da família - "prefiro viver com animal do que com gente" – ( Parte 2, Cap. XI – Os animais e os homens)

Preconceitos em geral

Idolatria a pessoas - artistas em geral e religiosos como pastores, padres, pensadores em geral, jogadores de futebol etc. – ( Parte 3, Cap. II, Lei da adoração)

Jovens problemáticos, neuroses, psicoses, automutilação, baixa autoestima ( Parte 2, Cap. VI, item Escolhas das provas.)

Como lidar com a morte de entes queridos ( Parte 4ª, Cap. I, Perda dos entes queridos)

Revivência de seitas como xamanismo, uso de chá alucinógenos etc. ( Parte2, Cap. IX Poder oculto, talismãs, feiticeiros.

Como manter o equilíbrio frente aos problemas que assolam a humanidade –

     Conhecimento e aceitação dos ensinos do Espiritismo e do Evangelho de Jesus.

OBSERVAÇÃO: As indicações e citações para o entendimento dos problemas são de O livro dos espíritos, Codificado por Allan Kardec. Edição da FEB.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

A PRESERVAÇÃO DA VIDA

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

            “Porque todos têm que concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente sem disso se aperceberem.”  (1)

            “O uso dos bens da terra é um direito de todos os homens?

            - Esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumpri-lo”. – (2)

            Na atualidade muito se fala em preservar a vida no planeta Terra. Isso é indispensável e urgente. O planeta Terra é um organismo que tem vida ao agasalhar milhares de vidas que estão interligadas para poderem existir.

            Há planetas e corpos celestes que não existe vida em suas superfícies, embora sendo planetas com crostas rochosas, como, por exemplo, as vastas extensões da superfície lunar, na crosta do planeta Marte, próximo e semelhante ao nosso.

            Então a vida sobre a superfície de um planeta pode nunca ter existido, como pode ter existido e desaparecido. Será o caso da nossa Casa Planetária se ela não for devidamente cuidada.

            A Filosofia Espiritualista Espírita, desde o seu início, em 18 de abril de 1857, com O livro dos espíritos, organizado e sistematizado por Allan Kardec, já claramente assinalava a necessidade imperiosa desse cuidado planetário.

            As orientações e advertências,  mediunicamente, traçadas pelos Mentores Espirituais, constam da referida obra, em sua 3ª Parte – Das Leis Morais, nos  Capítulos IV – Da lei da reprodução e V – Da lei de conservação e VI -Da lei de destruição.

            Portanto, nessas leis já eram apresentados os princípios  básicos da Ecologia.

            A Ecologia é a ciência que estuda a interação entre os seres vivos e o ambiente em que vivem.

O termo "ecologia" foi utilizado pela primeira vez em 1866, na obra "Morfologia Geral do Organismo", pelo biólogo alemão Ernst Haeckel.

A Ecologia é a ciência que estuda a interação entre os seres vivos e o ambiente em que vivem.

            Essa interação deve ser equilibrada, como já afirmavam os Mentores Espirituais: “ Essa é a razão por que faz (Deus) que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o  necessário é útil. O supérfluo nunca o é”. (3)

            Então, é fundamental o respeito ao meio ambiente e às fontes que produzem o necessário a fim de  que os seres vivos possam existir.

            “ O  homem ainda não aprendeu a retirar do solo apenas o que lhe é necessário. Sua ganância traduzida pelo desejo do lucro fácil, leva-o a dilapidar o patrimônio do qual o Senhor da vida permitiu-lhe o usufruto. Destrói sem maiores preocupações florestas imensas, polui as fontes e os rios, contamina os mares. Isso em nome do progresso que, na verdade, mascara a sanha egoística de pessoas e grupos que colocam os próprios interesses acima do bem-estar da própria humanidade”. (4 )

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

(1 (1) O livro dos espíritos, de Allan Kardec, questão nº703.

(2(2)  Idem, questão 711.

(3(3)  Idem, questão 704.

(4(4)  Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade, Aylton Paiva, pág. 49, parágrafo 2º, Ed. Feb



                                           

 

 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

REPRODUÇÃO SOB O PONTO DE VISTA DO ESPIRITISMO

 

 

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

“Será contrário à lei da Natureza o aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência? Seria  mais conforme a  essa lei deixar que as coisas seguissem seu curso normal?

            - Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. Sendo a perfeição a meta para que tende a natureza., favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus.”  (1)     

A reprodução dos seres vivos é uma lei da natureza sem a qual o mundo corporal existiria.

            Os Mentores Espirituais, na resposta acima,  esclarecem que  é uma lei da natureza, pois sem a reprodução o mundo material pereceria.

             Em sua participação na sociedade as pessoas precisam regrar e controlar a reprodução da própria espécie, dos animais e dos vegetais.

            O entendimento espírita, de acordo com o já citado livro, é incisivo no sentido de que tudo deve ser feito para se chegar à perfeição. Informa, ainda, que o ser humano é instrumento de que Deus serve para atingir seus objetivos.

            No capítulo IV da 3a Parte de O livro dos espíritos esclarecem que mesmo agindo sob o impulso do egoísmo  o ser humano realiza seu progresso, pois desenvolve a sua inteligência.(2)

            Em sua atuação na sociedade o espírita não poderá perder de vista o aspecto ético ou moral da questão.

            Por outro lado, a Doutrina Espírita elucida que tudo o que embaraça a natureza em sua marcha é contrário à lei de Deus, porém será válida a ação humana que, usando a inteligência, vise disciplinar, harmonizar e concorrer para o aperfeiçoamento do ser humano.

            Propõem a Filosofia Espírita que o ser humano em sua atuação nos diversos setores da sociedade realize ações que promovam o equilíbrio da humanidade, bem como da natureza como um todo, pois” tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é instrumentos de que Deus se serve para atingir seus fins”. (1)

            Contudo o ser humano, em sua imperfeição, age apenas para satisfazer seus instintos e impulso, impedindo a reprodução apenas para satisfazer o sexo em desequilíbrio, O Espiritismo demonstra que isso evidencia a predominância do corpo sobre a alma.

            Todavia essa conceituação não colide com o planejamento familiar que ajuda o homem e a mulher a assumirem a prole com  responsabilidade e zelo, que são componentes do amor.

Referência bibliográfica:

1.     O livro dos espíritos, de Allan Kardec., 3ª Parte – cap. IV – Da lei de reprodução. Ed. FEB. 87 ª edição.  Tradução Guillon Ribeiro

2.     Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, cap. 4- Entendimento espírita sobre a reprodução, Ed. FEB. 1ª edição.

 

sábado, 4 de janeiro de 2025

TRABALHO E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

 

            “ O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” ( Questão 674 de O livro dos espíritos).

            Para a  Filosofia Espírita trabalho  não é apenas uma atividade que se exerce para ganhar dinheiro e aumentar os gozos que a vida material pode oferecer.

            Na questão 675, da citada obra, os Mentores Espirituais informam: “...o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.(grifo nosso)

            Portanto o trabalho se impõe ao ser humano por ser consequência da sua própria natureza corpórea. Ele pode ser um instrumento de expiação, mas essencialmente é um meio de desenvolvimento da inteligência e da moral.

            Vivendo neste mundo material, para satisfazer suas necessidades básicas: alimentação, segurança e bem-estar, o homem  tem que trabalhar, o que  impulsiona ao progresso intelectual. Assim, o trabalho é importante meio de participação no mundo em que se vive, e, especificamente, na sociedade  que se faz parte.

            Ao trabalhar o homem cria e, consequentemente, torna-se um agente altivo do Supremo Criador; revela-se um cocriador dentro da vida. Independentemente da sua natureza, o trabalho traz em si mesmo a dignidade que deve ser respeitada, jamais servindo de motivo à humilhação ou exploração.

            É como pessoa e Espirito imortal que o ser humano está sujeito ao trabalho. Este deve servir para que ele se desenvolva intelectual e moralmente e, consequentemente, desenvolver a sociedade.

            Essa é a visão espírita do trabalho é, também, a visão cristã. Constitui postulado da Doutrina Social Espírita e da Doutrina Social Cristã.

            Conclui-se, pois, que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, afastando assim, moralmente, toda forma de exploração do ser pelo trabalho para  satisfazer o interesse econômico. A pessoa jamais poderá ser reduzida a “instrumento de trabalho”.

            A civilização cria muitos tipos de trabalho, nenhum dele, porém, poderá servir como meio de exploração do homem com o objetivo do lucro, nem ferir sua dignidade como ser humano. Quando isso acontece, surge a pobreza e a marginalização, evidenciando  flagrante injustiça social.

            A dimensão social e espiritual do homem não pode ser inibida quando ele estiver trabalhando. O trabalho  é seu instrumento de progresso social, intelectual e espiritual É necessário componente na sua dinâmica evolutiva.

Referência bibliográfica:

1.     O livro dos espíritos, de Allan Kardec., 3ª Parte – cap. III – Da lei do trabalho. Ed. FEB. 87 ª edição.  Tradução Guillon Ribeiro

2.     Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, cap. 3- O trabalho segundo o Espiritismo, Ed. FEB. 1ª edição.

 

 

 

 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A LEI DE ADORAÇÃO

 


                Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

Desde as eras mais remotas os seres humanos sempre temeram ou adoraram forças que lhes eram superiores, representando Deus nessas forças.

            Na infância da humanidade intelectual  o medo e a adoração se ligavam a coisas ou eventos físicos, como: a montanha, o vendaval, os raios e trovões.

            As coisas boas da vida também eram nomeadas como seres divinos a proteger-lhes a saúde, a caça, o bom tempo, a colheita. Assim, esse medo ou  temor passam a ser reverenciados de forma individual e coletiva, surgindo os rituais de adoração. Junto com eles emergem  pessoas que se colocavam como intermediários entre os seres poderosos, os deuses e as pessoas, dando início às classes sacerdotais e aos rituais de adoração por elas estabelecidas e dirigidas.

            Desta forma a interpretação da  ligação da criatura com o Criador deu origem aos rituais e aos templos de pedras, bem como, às classes sacerdotais, através do tempo.

            Jesus inaugura nova era, sua ligação com o Supremo Criador era do filho para com o Pai, isto é, adorava-O em espírito e verdade.

            Ele afirma:” Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim.” ( João, 14-1). Estabelece de forma objetiva e direta a possibilidade de a pessoa entrar em contato direto com Deus e com Ele.

            Seus ensinamentos não eram transmitidos em templos de pedras, nem através de rituais ou cerimônias,  e sim no meio do povo. O Mestre Jesus ensinava para a  igreja: assembleia pública, ou seja, para a ekklesia, no idioma grego ou ecclesia na língua latina.

            Portanto, a igreja como templo de pedras foi criação dos homens.

            Com o Espiritismo surge uma nova era, a Filosofia Espírita trazida pelos Mentores Espirituais relembra a forma de adoração a Deus por Jesus e, com os novos tempos, esclarece e detalha essa forma de adoração.

            Na questão número 654, indagou Allan Kardec: “Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?”  E os espíritos responderam: “ Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julga honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes.” (1)

            A adoração a Deus, conforme o Espiritismo tem uma ação na sociedade ou, de forma mais ampla, no planeta em que se vive, ou seja fazer o bem e evitar o mal.

            Esse conceito de adoração a Deus  propõe não só a reforma íntima, chamada  autoeducação, como a reforma da sociedade em seus padrões de egoísmo e orgulho, pelos quais se geram as desigualdades e as injustiças.

            O Espiritismo ajuda na compreensão das limitações humanas e na proteção divina, nunca impondo a submissão castradora, de inibição às potencialidades humanas. Pelo contrário, demonstra que a oração, ao aproximar a criatura do Criador, constitui-se numa possibilidade de estudo de si mesma. As boas ações são as melhores preces, por isso valem  os atos mais do que as palavras.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

(1)  O livro dos espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, tradução Guillon Ribeiro, 3ª Parte – Das leis morais – I  Da lei de adoração.